Imagem do mês de abril: minientrevista com o autor.

imagem abrilNo mês de abril, o calendário do Instituto Nacional de Engenharia de Superfícies conta com uma imagem de microscopia Eletrônica de varredura (MEV) de um filme fino de titânio que apresentou uma morfologia com aspecto de escamas de peixe. No inset, a imagem apresenta uma ampliação de 80.000 vezes com relação ao tamanho da amostra.

A imagem foi realizada no Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), localizado na cidade de Campinas (SP).

O autor da imagem é Douglas Soares da Silva, 29 anos, também autor da imagem de março. Douglas é estudante de doutorado ligado ao Laboratório de Pesquisas Fotovoltaicas do Instituto de Física “Gleb Wataghin” da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), laboratório participante do nosso Instituto Nacional de Engenharia de Superfícies.  Coordenado pelos professores Francisco Chagas Marques e Fernando Alvarez, o laboratório desenvolve pesquisas, principalmente, na área de filmes finos com aplicação em fotovoltaica, bioaplicações e metalurgia.

Em seu doutorado, orientado pelo professor Francisco das Chagas Marques, Douglas está estudando filmes finos nanoestruturados com ênfase em aplicações fotovoltaicas. Além do doutorado, Douglas trabalha como profissional de apoio à pesquisa no Instituto de Química da Unicamp, auxiliando na caracterização de materiais poliméricos, principalmente por microscopia eletrônica de varredura e transmissão. Douglas tem graduação e mestrado em Física pela Unicamp.

Minientrevista com o autor

1. Por que o filme apresenta essa morfologia?

Atualmente este é um dos pontos sobre o qual se debruça a pesquisa. Alguns testes realizados apontam para uma dinâmica de deposição muito específica para o arranjo experimental adotado, que envolve, sobretudo, a polarização do sistema, a atmosfera de deposição, o fluxo de gases e a temperatura do substrato. No entanto, esse ponto ainda permanece em inconcluso e mais testes e deposições têm sido realizados com o objetivo de se explicar exatamente o porquê da morfologia “escama de peixe” resultante.

2. Conte-nos um pouco sobre o contexto em que foi gerada a imagem.

Atualmente o Laboratório de Pesquisas Fotovoltaicas  também tem se dedicado à confecção e estudos de células fotovoltaicas de terceira geração baseadas em corantes, mais conhecidas como “dye-sensitized cells”. Nesse tipo de célula, usa-se como eletrodo óxidos metálicos condutores, entre eles, o TiO2 nanoestruturado, por exemplo. Em testes acerca da confecção deste tipo de material, por distintas técnicas de deposição, observamos a formação de filmes de titânio em sua fase cristalográfica alfa com a morfologia de “escama de peixe”, que muito nos chamou a atenção tanto para investigações acadêmicas quanto para potenciais aplicações tecnológicas. Neste contexto surgiu, e assim prosseguem, nossas atenções sobre o tema.

4. Gostaria de agradecer alguém que tenha ajudado na realização da imagem vencedora?

Gostaria de agradecer aos demais pesquisadores e entidades de pesquisas envolvidos nesse projeto como Dr. Gustavo Alexandre Viana que encabeça este estudo, Ms.C. Rafael Borges Melo, Prof. Dr. Francisco das Chagas Marques, ao Laboratório Multiusuários (LAMULT) do Instituto de Física “Gleb Wataghin” da Unicamp e ao Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) pela disponibilização de seus respectivos parques tecnológicos, e finalmente ao Instituto Nacional de Engenharia de Superfícies pelo apoio financeiro.

Para entrar em contato com Douglas: dsoares@ifi.unicamp.br

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